Como elaborar uma carta para a compra de um imóvel

Julho 2024

Oferecemos-lhe uma série de recomendações para que o acordo de compra e venda entre vendedor e comprador seja bem-sucedido.

Já decidimos ser proprietários de um determinado imóvel. O primeiro passo é óbvio, adquirir essa propriedade; ou seja, que seja nossa a 100%, cumprindo com a legalidade vigente, e que possamos começar a obter rendimento económico através do aluguer de férias. Mas, para obtermos o nosso precioso imóvel, devemos dar passos certeiros, sólidos e rigorosos. A carta de oferta deve ir direto ao ponto, ser específica, respeitosa, séria, realista e redigida com uma linguagem jurídica e profissional.

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Como elaborar uma carta persuasiva e eficaz

Em primeiro lugar, é necessário planear a nossa oferta e traçar um plano a seguir.

Defina um valor inicial de licitação e outro valor limite até onde pode chegar. A primeira oferta será um bom ponto de partida que devemos transmitir com segurança e confiança  o valor que podemos pagar.  O valor limite trata-se de guardar a segunda quantia como uma carta na manga, caso seja necessário fazer um esforço extra pelo imóvel.

Considere negociar com outras variáveis. É possível tentar baixar o preço de compra de várias formas. Por exemplo, na carta pode indicar que assume a propriedade da casa sem necessidade de mobília, sem lugar de garagem ou sem pintura nem limpeza, para citar alguns exemplos que podem reduzir o custo. Quanto mais assumirmos por nossa parte, mais baixo poderemos acordar o preço final do imóvel.

As fórmulas de pagamento também contam. Serão determinantes para conseguir uma compra ou venda eficiente. Não é o mesmo pagar a pronto num único pagamento do que de forma fracionada. Ou pagar através do banco, por transferências ou cheques, do que diretamente em dinheiro. Tudo conta. Devemos falar com o vendedor e interessarmo-nos sobre que fórmulas de pagamento prefere. Se nos pudermos adequar a estas, devemos indicá-lo na carta de oferta. Normalmente, os vendedores preferem um pagamento único e no início do processo de compra e venda.

Como estruturar a carta de oferta de compra

Não há uma estrutura rígida ao redigir a carta com a oferta de compra, ou seja, é algo flexível, mas há um padrão que costuma ser seguido. Recomendamos a seguinte estrutura:

• Cabeçalho, dados e data. Algo muito simples: os dados da pessoa que faz a oferta, com o seu endereço habitual e a cidade onde se realiza a operação. Tudo acompanhado de uma saudação cordial no início da carta.
• Corpo da oferta com a justificação. Comece a redação com alguma frase elegante e descreva o imóvel de aluguer, a sua morada e, se possível, algum dado identificativo do imóvel. Queremos apenas deixar claro de que imóvel estamos a falar, para evitar confusões.
• Condições da oferta. Este é o ponto mais importante da carta de oferta de compra e, portanto, devemos ser rigorosos, claros, precisos e taxativos. É conveniente detalhar qual é a oferta que vamos fazer, com números, de forma compreensível. Se houver alguma condição associada à oferta, também teremos de a indicar claramente.
• Vigência da oferta. Este ponto está associado ao anterior; é preciso indicar a duração da oferta, e aconselhamos que não seja muito prolongada. O facto de marcar uma data de expiração pode jogar a nosso favor, se o proprietário tiver urgência em vender.
• Agradecimento, despedida e assinatura. Basta uma despedida cordial, algumas palavras de agradecimento pela atenção dispensada, o nosso nome e assinatura (e, se for o caso, com o selo estampado).

É importante dispor de garantias e solidez jurídica na carta de oferta para evitar contratempos futuros. A palavra escrita e assinada é sempre mais sólida que os acordos verbais, embora devamos ter em conta que este tipo de carta não constitui nenhum vínculo legal. Nem mesmo o aviso de receção o é. Só com a assinatura do proprietário num futuro contrato obteremos algo com validade legal. Em qualquer caso, é um documento importante para iniciar o processo de compra. O fundamental, de qualquer forma, é que a operação decorra conforme acordado com a outra parte interessada.

Seriedade para evitar que o preço da casa suba

Pode ser que a casa seja a dos seus sonhos, mas o vendedor ou o agente imobiliário não precisa de saber disso. Assim que demonstrar entusiasmo, o preço aumentará sem hesitação. Portanto, seja realista e modere as suas emoções. Por outro lado, pode demonstrar as suas dúvidas: indique que vai ver mais casas ou pergunte se há outras propriedades à venda na zona. Desta forma, deixará claro que ainda não decidiu comprar esta propriedade. E sempre indique que a sua oferta inicial é, ao mesmo tempo, a sua oferta final.

Vigiar e investigar o mercado 

Antes de fazer uma oferta de compra de qualquer tipo de imóvel de férias, teremos que fazer um trabalho prévio e investigar como está o mercado imobiliário. É essencial conhecer o preço que está a ser pago por metro quadrado na zona de investimento e quanto estamos dispostos a pagar pelo mesmo.

Tenha em mente que algumas áreas turísticas podem variar muito em relação a outras, dependendo das variantes que entrem em jogo: a época alta, a proximidade à praia ou à serra, eventos importantes nas proximidades, etc. O ideal é conseguir um acordo que nos beneficie economicamente; para isso, deve-se calcular previamente quanto rendimento podemos obter de um investimento a médio e longo prazo.

Ajuda profissional para comprar um imóvel

Considere que, ao redigir uma carta de oferta de compra de um imóvel, tem a opção de recorrer a profissionais do setor; seja um gestor imobiliário ou agência, um escritório de advogados, um consultor fiscal ou um simples intermediário. Teremos sempre a oportunidade de procurar consultoria externa que assuma a tarefa de comprar a propriedade e toda a burocracia associada. Assim, poderemos ficar mais tranquilos e saber que todos os parâmetros legais estão a ser cumpridos conforme a lei vigente. No entanto, deve saber que este tipo de serviços implica um custo e que, na maioria dos casos, oscila entre 2% e 7% do valor da compra, dependendo da quantia final.

Resumindo, a carta de oferta para comprar uma propriedade é uma ferramenta não vinculativa, mas que pode facilitar o processo de compra e venda. Por exemplo, pode ser um fator diferencial se competirmos com outros compradores menos detalhistas. Mas o fator diferencial não responderá a técnicas sofisticadas de persuasão, mas sim à elaboração de uma boa oferta, sólida e bem-intencionada, na qual depositemos as melhores condições possíveis.

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